Todas as cidades anteriormente citadas possuem áreas de atuação consolidadas e tradicionais: o maior entroncamento rodoviário nordestino em Feira de Santana, o pólo tecnológico de Campina Grande, o entreposto comercial de Caruaru, o agronegócio de Petrolina, o Petróleo de Mossoró, e a posição estratégica e exploração das riquezas naturais em Imperatriz. Juazeiro do Norte mesmo sem representatividade política expressiva, sem um tronco rodoviário importante e órfã de rodovias federais, possui como sua maior riqueza um povo trabalhador e empreendedor, que batalhou durante muitos anos contra várias forças adversárias e vive com certo atraso em relação ás demais cidades citadas um período de explosão - um boom econômico já vivenciado pelos outros Tigres nordestinos. Atualmente o maior fator incentivador deste progresso é o interesse despertado por grandes grupos nacionais e internacionais, dispostos a investir pesado na cidade. Assim, a consolidação do pólo universitário garante mão-de-obra qualificada, e cria uma população flutuante em torno de seus 50 cursos de graduação capazes de formar um mercado consumidor permanente e com alto poder aquisitivo. Isto tornou a cidade menos vulnerável às tradicionais romarias onde pessoas humildes movimentavam a economia local principalmente através do mercado informal. Hoje o principal Shopping encontra-se em expansão caminhando para se tornar o maior do interior nordestino, e ainda há um projeto de um novo shopping concomitante. O aeroporto bate recórdes sucessivos de fluxo de passageiros, mas é o maior exemplo dos gargalos de infraestrutura configurando a omissão do estado diante de tanto progresso e ávidez por investimentos privados, que nem de longe acompanha este ritmo, deste modo a TAM ainda não pode se instalar neste aparelho operado por Gol e Oceanair. Junto com Arapiraca-AL são as únicas cidades do interior nordestino com times na Série B do campeonato brasileiro, o que determinou a necessidade de investimentos na ampliação do estádio "O Romeirão", outro exemplo do investimento público não acompanhando o privado. Apesar da cidade residir o maior número de médicos do interior do estado, com várias clínicas privadas, a saúde pública vive de esperança para a inauguração do HRC -Hospital Regional do Cariri para dar resolutividade principalmente a alta complexidade. O transporte público ganhou recentemente um trem de superfície em linha singela que limita operacionalmente o sistema a alternância de duas composições sem possibilidade de expansão, um investimento aquém das necessidades locais, visto que outra cidade do estado recebeu o dobro do valor investido (52 milhões) para seu trem beneficiar seus 180 mil habitantes em duas linhas, enquanto o projeto envolvendo Crato e Juazeiro envolve 365 mil habitantes e metade (25 milhões) destes recursos. Mesmo com todas as dificuldades a economia local cresce: a expeculação imobiliária impulsiona a construção civil, o setor de serviços forma verdadeiros corredores comerciais ao longo das principais avenidas, grupos fazem projetos a curto prazo para se instalar na cidade, outros aguardam algumas melhorias na infraestrutura para o mesmo, empresas nos mais diversos setores abrem as portas quase todos os dias. Por tudo isto, Juazeiro do Norte faz parte da elite nordestina e por isto deve ter um tratamento diferenciado, pois é a locomotiva que impulsiona o Cariri e todo sul do estado, sendo seu sucesso a redenção das cidades circo-vizinhas que se aproveitam de seu pequeno espaço territorial para crescerem por contiguidade.
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