segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O que a Lagoa Seca tem de nobre?

A organização do espaço urbano é cheia de desigualdades: enquanto observamos em áreas de risco que não deveriam sob nenhuma hipótese serem ocupadas por invasões eclodindo fenômenos de vulnerabilidade social, encontramos também os loteamentos que são previamente planejados e aprovados pelo poder público com garantias de segurança e infra-estrutura mínima exigida. Assim surgiu há algumas décadas o bairro Lagoa Seca, cuja denominação advém de antigo reservatório d'agua nas proximidades da APUC. O bairro, antes fazia parte da zona rural em extinção em Juazeiro, evoluiu como área de subúrbio, e hoje com a presença de equipamentos como hóteis, pousadas, campi universitários, seguimentos de serviços diversos, aponta como um local de grande expeculação imobiliária e interesse socio-econômico. Mas, apesar de mansões imponentes, condomínios horizontais e verticais, e avenidas - umas abertas, outras planejadas - O Bairro Lagoa Seca é o bairro juazeirense com menos ruas asfaltadas do município, tem problemas de infra-estrutura como a drenagem do açude da APUC - que periodicamente inunda a movimentada avenida Plácido Castelo, existem ruas sem pavimentação se quer em pedra tosca, o final da avenida Ailton Gomes é comparável a uma estrada vicinal, e a Avenida Letícia Maria Pereira a partir do Atacadão Rio do Peixe encontra-se semi-destruída. Bairros como Aldeota em Fortaleza, e Boa Viagem em Recife, têm as melhores infra-estruturas em suas respectivas cidades, podemos considerar bairros indepedentes,e isso não se deve a população de alto poder aquisitivo residente no local, e sim a mobilidade exigida aos diversos serviços atraídos pelo capital gerado das facilidades promovidas pela localização próxima às residências de pessoas com alto poder de compra e consumo. Investir no bairro Lagoa Seca, integrá-lo melhor a outras  partes da cidade, criar corredores de serviços, é positivo para todos, pois gera emprego e renda, atraindo pessoas de outros bairros para trabalhar ali. Assim valoriza-se ainda mais o bairro, e em cima desta valorização aumenta-se a arrecadação de impostos, como ICMS e IPTU, afinal é justo pagar mais imposto territorial desde que a municipalidade invista e cobre pelo investimento, com todo direito de tirar uma parcela do que ali for arrecadado para melhorias em outras partes da cidade.

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